Pelo segundo ano consecutivo, empreendedores rurais que integram o movimento Fazedeiras da Serra vão colher os frutos de um trabalho intenso focado na valorização da produção artesanal. O Fazedeiras acaba de confirmar a participação na 58ª edição do Revelando São Paulo, que acontece de 19 a 23 de setembro na capital.

Regina Araújo, idealizadora do movimento, conta que o convite foi feito pelo próprio secretário de cultura do Estado, Romildo Campello, durante o evento “Futuro na Cultura” que aconteceu esse mês no Memorial da America Latina, em São Paulo.

“Pelo segundo ano, o Revelando está abrindo espaço para o Circuito da Mantiqueira. No ano passado fomos convidados pelo gestor do consórcio que nos enxergou como um movimento organizado e, pra gente, foi muito bom, nos deu muita visibilidade. Estamos felizes porque mostra que seguimos no caminho certo”, afirma Regina.

Desafios. O Fazedeiras da Serra nasceu em 2017 quando Regina, que é produtora da “Geleia Boa” há sete anos, sentiu a necessidade de expandir os negócios. Depois de muita pesquisa sobre o “colaborativismo”, resolveu apostar num trabalho coletivo.

O movimento começou a organizar pequenos eventos em Monteiro Lobato, com apenas três produtores rurais, até que Regina percebeu o potencial do projeto e decidiu ampliar a atuação do Fazedeiras da Serra para o território da Mantiqueira e do Vale do Paraíba.

“Hoje trabalhamos com produtores que têm processos artesanais, mas já têm estrutura, entendem a importância de um código de barras, por exemplo, de manter as vacinas em dia, porque tudo isso reflete na qualidade do nosso produto”, explica Regina.

Hoje, o Fazedeiras da Serra reúne produtores de café, geleia, azeite, doces, cachaça, cerveja, antepastos, biscoitos e até cerâmica. Muitos deles, além de trocar experiências, estão trocando produtos e receitas para criar novas mercadorias. Desse estímulo à criatividade já saiu uma geleia de café, massa, biscoito e até queijo de shitake, entre outros.

Regina, que atua como articuladora de negócios, lembra que a produção artesanal ainda enfrenta preconceito de gente que prefere os industrializados. Apesar disso, o trabalho do movimento já tem refletido no aumento das vendas e, consequentemente, da produção.

Projetos. Uma das propostas do Fazedeiras era criar um espaço colaborativo onde as pessoas pudessem encontrar os produtos e os produtores contar um pouco das histórias deles, além de promoverem degustações. Desde maio desse ano, esse espaço já é uma realidade. Fica no Empório Emiliana, na praça do Jardim São Dimas, em São José dos Campos.

“Encontrei o Renato (dono do Empório) e comentei que queria ter esse espaço colaborativo. Ele só ouviu. Um dia ele chegou e me entregou a chave daqui, disse que tinha derrubado uma parede do estoque dele e que era pra gente usar. Eu falei que não tínhamos dinheiro, aí ele disse ‘mas quem está falando de dinheiro?’… É incrível como tenho encontrado gente generosa, que também acredita no colaborativo”, conta Regina.

Além do espaço fixo, o Fazedeiras da Serra também tem um projeto itinerante, que realiza feiras em diferentes cidades da região, abrindo espaço para os produtores artesanais também das cidades por onde passa. A próxima edição deve acontecer com a temática da primavera. A agenda completa do movimento está disponível nas redes sociais.

Fazedeiras da Serra

www.facebook.com/fazedeirasdaserra

Espaço Colaborativo – No Empório Emiliana

Praça Monsenhor Ascanio Brandão , 70 – Jardim São Dimas – São José dos Campos

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