Que desperdício! Cerca de um terço do alimento que produzimos vai para o lixo. Em todo o mundo, 1,3 bilhão de toneladas são descartados todos os anos. E o que você tem a ver com isso? Tudo! Parte desse número é composto por aquelas “sobrinhas” que a sua família deposita nas lixeiras da cozinha diariamente.
Calma! Você não está sozinho. Eu também tenho culpa, todos nós temos. E foi pensando em gente como a gente, em donos e donas de casa, que as professoras de gastronomia Claudia Moraes (UNIVAP e da Faculdade Anhanguera – Taubaté) e Zenir Dalla Costa (Senac Santo Amaro) escreveram o livro “Cozinhando com Economia”, que acaba de ser lançado pela editora Senac.
“A ideia inicial era fazer um livro sobre reaproveitamento integral dos alimentos. Aí fomos percebendo que muitas receitas que criávamos, acabavam estragando na geladeira porque ninguém comia. Então nosso objetivo de ajudar as pessoas a economizarem não estava funcionando e resolvemos mudar de caminho”, conta Claudia Moraes.
A dupla então começou a investigar as principais dificuldades encontradas no dia a dia por quem cozinha e os hábitos que acabam resultando em desperdício. Aí chegaram no conteúdo apresentado em “Cozinhando com Economia”.
O livro traz quatro cardápios semanais, um para cada estação do ano, com sugestões de receitas, desde o café da manhã até o jantar. Os preparos levam em consideração quais os frutos e legumes da época, que normalmente têm mais qualidade e são mais baratos.
“Apresentamos em encartes a quantidade exata de ingredientes necessários para esses cardápios para quatro pessoas. As receitas da semana ainda consideram a possibilidade de reaproveitar itens do próprio menu”, conta Claudia. Assim, um bolo pode virar uma sobremesa dias depois; legumes refogados um dia podem virar uma torta em outro; e assim por diante.
Hábitos. Além de planejar bem a compra para evitar excessos e possíveis descartes de alimentos que acabam estragando, Claudia destaca que alguns hábitos também podem ajudar a dar uma aliviada no bolso.
“Muitas pessoas fazem uma variedade grande de pratos para agradar todo mundo, ou preparam alimento a mais com medo de faltar. Isso precisa mudar. Uma das formas é conhecer bem o hábito alimentar da família. Eu vivia isso dentro de casa e sei como é difícil, mas hoje garanto que meu desperdício é quase zero”, comenta a professora.
Outra dica é aprender a escolher os alimentos nas feiras e a reconhecer aqueles que estão em boa qualidade para levar pra casa. O livro também traz dicas nesse sentido e, acredite, isso também ajuda na economia.
“Tem gente que aperta a fruta, quebra o cabinho do quiabo. E se você não leva aquilo pra casa, provavelmente vai estragar mais rápido e impedir que outra pessoa compre. O fim do produto também acaba sendo o lixo. Pelo peso, textura e até brilho da casca, dá pra fazer essa seleção sem errar”, conta.
Vale a leitura e vale o exercício de economia. Se ainda não está convencido, lembre-se que cerca de 800 milhões de pessoas passam fome em todo o mundo.
Cozinhando com Economia
Editora Senac
Vendas: www.editorasenacsp.com.br