“Consigo me lembrar do cheiro do molho que a minha mãe (Giuseppina Galdi) preparava com sal, alho e manjericão. Aquilo ficava por horas no fogo cozinhando. E os aromas, aos poucos, iam invadindo a casa. A berinjela à parmegiana é um clássico na Itália e me lembra muito o Dia das Mães.”

Essa é apenas uma parte da memória afetiva e olfativa que o chef italiano Daniele Branca, que viveu em Salerno (Itália), carregada desde que chegou ao Brasil em 2005. Dani, como é conhecido, comanda o Paestum Forneria Bar em Guaratinguetá há oito anos.

Ainda hoje, berinjela à parmegiana é uma das receitas preferidas dele dos dois irmãos que ainda vivem na Itália. O prato era servido não só no Dia das Mães, mas com freqüência aos domingos e outras datas especiais.

“Em casa, no almoço, minha mãe preparava uma tigela que servia de 8 a 10 pedaços, então a gente dividia. Essa é uma memória muito boa porque acredito que o Dia das Mães é um dos poucos do ano no qual as pessoas ainda conseguem reunir toda a família em volta da mesa para celebrar”, diz Dani.

‘Mamma’ Giuseppina, o irmão Manuel e o chef Dani Branca

Quando era criança, o chef e os irmãos ajudavam a mãe – hoje com 65 anos – no preparo da receita, desde as compras, até os últimos processos de montagem, antes de ir ao forno. Entre uma tarefa e outra, eles não resistiam e comiam algumas fatias de berinjela fritas escondidos da mãe.

“Lembro que minha mãe fazia o dobro da quantidade que seria ideal para a família toda, porque eu e meus irmãos fazíamos a festa e comíamos muito. Quando sobrava, comíamos no jantar também, ou no dia seguinte com pão”, lembra. Segundo ele, depois de esfriar, com o sabor já apurado, fica ainda melhor!

Receita. Hoje, Dani Branca divide com os clientes do Paestum um pouco do amor que a receita de família carrega. Ele explica que antes de frita, a berinjela é empanada na farinha de rosca feita com pão ralado, no ovo e novamente na farinha. Detalhe, o pão, assim como a mãe dele fazia, também é de produção própria.

 Já fritas, as fatias de berinjela são intercaladas no refratário com queijo muçarela e molho caseiro. Depois de três a quatro camadas, o chef coloca por cima do molho mais uma quantidade generosa de queijo e leva ao forno para gratinar. Fica divino!

 “Quando comecei a fazer o prato aqui, pedi umas dicas para a minha mãe. Mas não tem jeito, a mão dela é diferente. Ainda assim, fico feliz porque os clientes do Paestum gostam bastante, alguns dizem que é igual às receitas que já provaram na Itália”, conta. Na Forneria, a berinjela é preparada no fogão à lenha, o que garante um sabor ainda mais especial.

De Salerno, pra Guaratinguetá, de Guará para Taubaté, não poderia terminar esse texto sem dizer que, por coincidência ou não, a berinjela à parmegiana que minha mãe (Antonia) prepara, com molho fresco e muito amor, também é um dos meus pratos preferidos feitos por ela. Agora, sim, “salute” a dona Giuseppina, a dona Antonia e a todas as mães que encontram na cozinha uma forma de amar seus filhos!

Paestum Forneria Bar

 www.facebook.com/PaestumRistorante

Deixe uma Resposta

17 − onze =