Se você tem paixão por comida baiana e uma boa história, provavelmente vai gostar da dica de hoje. Tudo começou com uma ligação de um número desconhecido no meu celular. Era o colega de profissão e respeitado jornalista Roberto Wagner que, entre outras coisas, foi colunista do extinto Valeparaibano.
“Meu amigo, você precisa conhecer o ‘Bahia no Vale’. Os donos são nordestinos, trabalharam anos até conseguirem montar a casa aqui em São José. É uma história e tanto pra sua coluna. Além disso, a comida é realmente muito boa e tem preço muito acessível”, disse Roberto na ligação. Apaixonado que sou pela Bahia, não demorei para conferir a dica.
Logo que a gente entra no restaurante, que fica na avenida Adhemar de Barros, em São José, é possível sentir aquele cheiro típico do tempero baiano tomando conta do salão. Aliás, aproveite enquanto espera seu prato para curtir essa experiência sensorial. Repare nas paredes coloridas, nos detalhes dos móveis e objetos, no bar de pau a pique, nos talheres pesados colocados na mesa. Tudo tem o dedo e o carinho dos sócios.
Assim que peguei o cardápio, o sinal do excelente custo-benefício. Uma moqueca de camarão para duas pessoas, com arroz, farofa e pirão, sai por R$ 39. Apesar de estar sozinho, fiz esse pedido. E que moqueca! Comi, repeti e ainda fiz questão de levar uma marmita pra casa.
O menu executivo do almoço, para duas pessoas, ainda traz outras opções como a moqueca de peixe (R$ 37,90); o bobó de camarão (R$ 41,90); e baião de dois (R$ 41). Já entre os pratos individuais tem a carne de sol com arroz, feijão tropeiro e purê de aipim (R$ 20,90) e escondidinho de carne seca, com arroz, feijão e batata frita (R$ 19,90). No jantar, a moqueca de camarão sai por R$ 152, mas serve até quatro pessoas.
História. Durante meu almoço, fiquei observando o comportamento dos clientes do Bahia no Vale. Sempre que os garçons perguntavam sobre a comida, a resposta era uma unanimidade. “Estava uma delícia”. “É muito saborosa”. E por aí foi!
Já terminando minha refeição, apareceu no salão a Elizabete, esposa de Elivandro Costa, ambos sócios do chef José Onorio. Bete se aproximou e perguntou sobre o serviço e logo emendamos num bate-papo tão gostoso quanto o almoço. Foi então que ela me contou sobre os desafios de montar o restaurante.
“Meu marido e eu conhecemos o Zé Onorio há uns 30 anos. Eles trabalharam juntos em São Paulo, na cozinha do extinto Bargaço (na Oscar Freire) e do Consulado da Bahia (Rua dos Pinheiros). E eu trabalhava numa rede de hotéis. Mas a gente sempre sonhou em ter um negócio próprio. Então começamos a planejar”, conta Bete.
Foram cinco anos fazendo economias, comprando equipamentos, até que, em dezembro do ano passado, o trio concordou que era hora de tirar o projeto do papel. Os três pediram demissão dos respectivos empregos e investiram tudo na reforma da casa em São José.
“Minha cunhada mora aqui há 27 anos e a gente vinha passar as férias com as crianças. Sempre gostamos da cidade e quando encontramos esse ponto decidimos que seria aqui”, conta Bete.
Para a nossa felicidade, o Bahia no Vale está funcionando há dois meses. E posso garantir que a gente sente o amor pelo projeto no sabor da comida. Então, vale a pena conhecer. Eu já tenho programado o meu retorno. Dessa vez, para provar o acarajé (2 por R$ 15), também recomendado pelo meu amigo Roberto Wagner que me confessou no telefone que saboreia o prato enquanto assiste aos jogos de futebol pela TV.
Bahia no Vale
Adhemar de Barros, 54, São Dimas –São José dos Campos
Fecha segunda-feira
Tel. (12) 3948-5365