Um restaurante não convencional, bem alinhado com alguns conceitos que li sobre a Cozinha Afetiva. Por isso também minhas experiências no Avelina, que fica na Vila Adyana, em São José dos Campos, têm sido das mais marcantes nos últimos anos. Depois que fui a primeira vez à casa, passei a frequentá-la semanalmente. Virei cliente.
Primeiro porque o espaço é aconchegante, tanto o salão interno (que conta com um mezanino) quanto a área externa (onde há um jardim vertical lindo).
Não bastasse isso, é a própria dona, a Deolinda — uma verdadeira anfitriã — quem recebe os clientes (embora a gente não se sinta um: parece que todos que chegam são velhos amigos da empresária).
Atenciosa, é ela quem faz os pedidos, serve os pratos, retira a louça da mesa e está sempre por ali, disposta a tirar qualquer dúvida sobre as opções do cardápio. A dúvida, aliás, me acompanha sempre que abro o menu do Avelina. Não há o que não chame a atenção. Dá vontade de pedir tudo!
A comida também é sensacional. Em minha primeira visita à casa (repeti a opção também na última semana) pedi a Truta Roncador. O pescado grelhado é servido com um molho de morango e pimenta, muito saboroso, que harmoniza perfeitamente com o risoto de gorgonzola que acompanha o prato. Divino!
Outra opção que provei — e gostei muito — foi o mignon com risoto de tomate seco e rúcula. É aquele tipo de comida que faz a gente esquecer do tempo, comer devagar, só para aproveitar ao máximo, degustar cada porção.
Também agradaram muito à mesa o Tagliatelle com mix de cogumelos, brócolis e tomates frescos; a truta com alcaparra, purê de mandioquinha e brócolis e, ainda, o bacalhau com natas. Não houve quem não ficasse satisfeito com os pedidos.
Os valores dos pratos ficam na faixa de R$ 40 a R$ 60.
Ah. Como bom apaixonado por cachaça que sou, em uma das minhas visitas à casa, resolvi experimentar a caipirinha que a própria Deolinda prepara, com cachaça envelhecida, tangerina e pimenta rosa. Que drinque!
História.
Desde que vi o nome “Avelina” pela primeira vez, fiquei me perguntando sobre quem seria a homenageada. Depois que conheci a história de Deolinda, pude entender de onde vem a alma do restaurante.
A empresária nasceu no sertão da Bahia. Quando criança, brincava com ossos de animais no terreiro de casa. Das lembranças da vida ainda em terras nordestinas, a forte presença da avó materna, Avelina, que era mestre na arte de receber pessoas.
Certamente vem daí a afetividade que paira sobre o ar do Avelina. Deolinda tem prazer em fazer a gente se sentir em casa e saborear preparos que, aparentemente, não têm nada ver com sua infância.
Mas não podemos esquecer do principal das suas receitas receita: boa dose de amor por aquilo que prepara e por aqueles para quem serve. Esse tempero nunca faltou na mesa no sertão, não faltaria na mesa da Avelina, da Deolinda.
Serviço: