Olá, pessoal! Espero que este texto encontre vocês em paz e com muita saúde.
A última vez que escrevi para o Degusta foi há três anos, quando retratei um pouco do meu olhar sobre a “cozinha afetiva”, tema que tem muita importância em nossas vidas, (convido vocês a lerem o texto anterior).
De lá para cá, muita coisa rolou, estou com a memória cheia e preparado para dividir parte do que tenho vivenciado, por meio das minhas vivências na gastronomia, portanto, espero ser breve e coeso.
Gostaria de expressar alguns fragmentos das minhas pesquisas, que sempre foram na simplicidade da alimentação e na grandeza do ato de cozinhar, lembrando que o meu foco está na descomplicação desses hábitos fundamentais. Também quero resgatar um pouco das lembranças gastronômicas, aquelas que são guardadas no subconsciente e que quando acessadas, damos mais valor à vida.
Sabemos que todo ser vivo precisa se alimentar, porém, para os seres humanos, vai além de saciar a fome e de nutrir o corpo. Acredito que “somos o que comemos”, frase citada pelo “pai” da ciência da nutrição, o médico português Emílio Fernando Alves Peres (1932 -2003).
Resgatando essa frase, penso que desde a infância cada ser carrega ternuras e cuidados por aqueles que prepararam com muito amor cada refeição, que são determinantes para a formação física e mental de cada um de nós.
História. Baseado nessas memórias, trago um acontecimento pessoal. Tive a satisfação de aprender uma receita de muita história e afeto, que foi elucidada pela bisavó do meu filho Romeo, hoje com 6 anos, Chiyoko Okamoto, imigrante japonesa que teve sua chegada no Brasil ainda criança, falecida em 2018. Por meio das receitas, ela deixou muitos valores e ensinamentos, verdadeiras lembranças de uma cozinha afetiva.
No texto anterior prometi que iria trazer receitas sobre a cozinha afetiva. Sem mais rodeios, apresento a vocês minha versão do “ONIGIRI”, um preparo simples, versátil, e adorado pelos japoneses. Basicamente, consiste em um bolinho feito com gohan (arroz oriental) e nori (tipo de alga marinha), um preparo tradicional e emblemático da cultura nipónica, que tem ganhado o mundo.
Ele pode ser preparado de diversas maneiras, portanto, use sua criatividade! A parte mais gratificante é que executei este preparo junto com os meus dois filhos, em um dia de praia, o Samuca e o Romeo. Me sinto muito privilegiado por ter conseguido contar a eles um pouco desta história e de ter sido porta voz de um resgate de amor e cuidado.
O detalhe é que com a ajuda deles, também pude registrar alguns momentos desse processo tão enriquecedor. Estou muito feliz em dividir esses momentos com vocês. Aproveitem e preparem essa iguaria para quem vocês amam.
Até breve!
RECEITA DE ONIGIRI
Ingredientes:
2 xícaras de arroz oriental
4 Folhas de alga Nori
50 ml de vinagre de arroz
30 ml de água
1 colher rasa de açúcar refinado
2 colheres de gergelim preto
2 colheres de gergelim branco
2 colheres de Furikake (tempero para arroz)
Modo de Preparo:
1 – Lave bem o arroz até sair todo amido, a água deve ficar bem limpa;
2 – Coloque o arroz em uma panela com o dobro de água, cozinhe em fogo lento, com tampa. Fique atento, dependendo do grão, às vezes, pode ser necessário mais água para o cozimento;
3 – Em outra panela coloque a água, o vinagre e o açúcar. Mexa bem até dissolver, cozinhe em fogo baixo por 2 minutos;
4 – Despeje o arroz ainda quente em um recipiente redondo, pode ser um bowl. Espere esfriar por 10 minutos;
5 – Incorpore a mistura do vinagre no arroz, mexa delicadamente;
6 – Com as mãos sempre úmidas faça bolinhas pressionando com a palma das mãos, mas não com muita força;
7 – Coloque as bolas de arroz na forma e pressione. Essas formas podem ser compradas em lojas de produto oriental;
8 – Em um prato fundo misture o gergelim com o furikake, passe as laterais do Onigiri nessa mistura;
9 – Corte as folhas de alga em tiras de 2cm de largura, coloque em volta. Esse processo pode ser modificado, uma dica é embalar Onigiri inteiro.
Sirva com molho de soja. Bom apetite!