Queijos artesanais da Bolderini

É no sítio, em Pindamonhangaba, que pertence à família há quase 100 anos, que Felipe Bolderini Couto, 30 anos, e a mulher, Talita Silva, 28 anos, produzem há pouco mais de um ano os queijos Bolderini.

Apesar da atividade na propriedade ser relativamente nova, a Bolderini Queijaria Artesanal já atraiu a atenção de especialistas e conquistou paladares exigentes durante o Mundial do Queijo, realizado em Araxá (MG), no mês passado. O evento reuniu cerca de mil produtos de sete países diferentes e uma bancada bastante diversificada, com jurados da França, Austrália, Japão, entre outros países.

“Nosso objetivo era levar os queijos para serem degustados por especialistas e a gente ter um retorno do que precisa ser melhorado. Para nossa surpresa, dos cinco produtos que levamos, quatro receberam medalhas”, conta Felipe Bolderini.

O queijo Malacaxeta foi o principal destaque, com medalha de ouro. A receita é feita com massa cru e tem maturação de 30 dias. Já a manteiga e o Borbinha, um queijo de receita própria e mais cremoso, ficaram com medalha de prata. Por fim, o Queijo Pinda, maturado na cachaça, trouxe para região uma medalha de bronze.

“A sensação é de dever cumprido. A gente até tinha pensado em não levar o Malacaxeta, porque achávamos que era uma receita comum. Começamos a produzir porque as pessoas nos pediam e com o tempo fomos aprimorando, melhorando a produção e agora fomos premiados”, conta Talita surpresa.

Felipe explica que a ideia do concurso não é gerar competição, mas pontuar as receitas em diferentes quesitos e categorizá-las. Dos cerca de 1000 produtos participantes, 250 foram classificados entre ouro, prata e bronze. Levando em conta que dos cinco produtos Bolderini apresentados, quatro entraram no ranking, o rendimento dos queijos de
Pinda ficou bem acima da média geral, com 80% de aprovação.

“O nosso queijo é produzido com leite do próprio sítio, de vacas girolandas. Com isso conseguimos controlar todo o processo. Saber o que a vaca come é importante para produzir um bom leite, com bons teores de gordura etc. Além disso, tenho controle da higiene da ordenha. Tudo isso reflete na qualidade”, explica Felipe.

História. O resultado no Mundial de Araxá é a prova de que a volta às origens e o resgate da tradição familiar valeu a pena. Felipe conta que o tataravô chegou na fazenda em Pindamonhangaba na década de 1920, quando a propriedade ainda produzia café, e logo deu início à atividade leiteira que se estendeu até 1970, quando o bisavô faleceu.

“Cresci no sítio ouvindo que era a indústria que dava dinheiro. E aos 17 anos resolvi ir para a cidade trabalhar, seguindo os passos do meu pai. Em 2014, recebi um convite para trabalhar no Ceará e foi quando comecei a sentir falta da família e essa vontade de voltar às origens”, conta.

Em 2015, Felipe começou a estudar a produção de queijos. Ao longo de três anos, juntou dinheiro e, em maio de 2018, começou a operação da Bolderini. Hoje, a queijaria trabalha com três receitas de massa, que rendem cinco queijos diferentes.

“Temos a massa do Grana (parmesão); a do Borbinha, que é uma receita própria; e a mais tradicional, que é a meia-cura, com a qual produzimos o Malacaxeta, o Canário (banhado em urucum) e o Pinda (banhado em cachaça)”.

Os queijos da Bolderini podem ser encontrados em lojas especializada de Pinda, Santo Antonio do Pinhal, Campos do Jordão e São Paulo. Em breve, a queijaria também deve montar estrutura para receber o público interessado em conhecer a produção e a história da família.

Bolderini Queijaria Artesanal

Instagram: queijaria_bolderini

Tel. (12) 99776-0045

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