Marubim - massa tradicional e uma das opções de prato da festa

Quando Deminho Canavezzi reuniu um grupo de amigos em 1989 para celebrar o centenário de colonização do distrito de Quiririm, em Taubaté, não imaginava a proporção que a festa da comunidade italiana tomaria.

“Montamos três barracas para servir espaguete no almoço depois do desfile que faríamos. No dia anterior, o dono posto de gasolina conseguiu trazer para Quiririm um caminhão que circulava pelo Brasil levando apresentações de música e dança. Naquela noite, vendemos todo o macarrão que tínhamos preparado”, conta Deminho aos risos.

As três barracas na primeira festa

O dia seguinte foi uma correria. O fundador da festa conta que teve que ir ao mercado às pressas para comprar latas de molho e ingredientes para produzir mais massa e, assim, garantir o almoço planejado para o pós-desfile.

“A nossa expectativa era receber no máximo 500 pessoas, mas o distrito atraiu mais de três mil naqueles dois dias de festa. No primeiro ano, vendemos uns 200 quilos de macarrão”, conta Deminho.

Destino gastronômico. A partir dali, Quiririm teria uma nova vocação. De colônia agrícola, seria reconhecida agora como um distrito gastronômico. E passados 30 anos, os números da Festa da Colônia Italiana de Quiririm impressionam.

Hoje, o evento é considerado o terceiro maior do estado. Nessa edição deve atrair cerca de 400 mil pessoas e só perde em número de visitantes para a Festa de Barretos e para a festa da padroeira Nossa Senhora Aparecida.

As 31 barracas espalhadas pelo distrito servem juntas cerca de 20 toneladas de alimentos. São 16 de comida (incluindo pratos tradicionais como o marubim), três de pastel, quatro de lanche calabresa, duas de pizza, quatro de doces, uma de sorvete e café e uma de chope.

Deminho Canavezzi e Preta Valério durante a festa

Um dos espaços é comandado por Preta Valério que há 27 anos mantém uma barraca da família no evento. Desses, 17 anos também foram dedicados à presidência da festa. Para a trigésima edição, Preta conta que começou há 20 dias a produção de cinco mil lasanhas. A expectativa é que, sozinha, a família Valério venda duas toneladas e meia de massa.

“É uma festa que dá muito trabalho, as pessoas não têm dimensão. É preciso ter muita coragem e amor à camisa, mas depois de quase 30 anos, a gente tem experiência suficiente para encarar essa multidão”, brinca Preta.

Além da Valério, outras 35 famílias de descendentes italianos estão envolvidas no evento. Cerca de 230 pessoas trabalham em barracas, 100 atuam como seguranças particulares. Isso sem falar dos 200 policiais e bombeiros, 50 profissionais da equipe técnica e mais 30 que trabalham na limpeza das ruas. É ou não pra gente se encher de orgulho ?

Festa da Colônia Italiana de Quiririm
De 25 de abril a 1º de maio
Programação completa: www.festadequiririm.com.br

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