Muita gente me pergunta o que eu como, com a falsa sensação de que o fato de não comer carne me privou de tudo o que a vida oferece de alimento.

Antes de mais nada, vou dizer duas coisas: não sou vegetariana: como peixe. Sempre achei muito bonita a filosofia vegetariana e vegana, mas nunca me senti pronta pra elas.

A segunda coisa é: parei de comer carne porque meu organismo pediu. Sim!  Se soubéssemos “ouvir” nosso corpo, “escutaríamos” coisas incríveis, sabia? Eu simplesmente, de uma hora pra outra, não conseguia mais comer nem carne vermelha nem frango.

No começo foi estranho sim, porque, assim como a maioria de nós, eu achava que a carne tinha que ser atração principal da alimentação e que não havia outra alternativa para ela.

E sabe a beleza disso tudo? Fui descobrindo que existem pratos sensacionais sem carne, em que os legumes são a atração principal e isso me deixou maravilhada.

Fui estudando, vendo receitas, testando, até aprender que esse tipo de alimentação pode ser muito prática e saborosa. Além de não comer carnes também evito glúten e, não, não é por modismo.

Uma das coisas que aprendi escutando meu corpo foi que o glúten não me faz nada bem. Não sou celíaca, mas tenho diversas pequenas reações ao comer e cheguei a conclusão que o prazer de ingerir algo com glúten não vale o esforço que meu corpo faz pra se recompor depois.

Outra coisa que descobri com essa mudança é que, agora, o pão branco, por exemplo, não tem nada de saboroso pra mim (acredite, isso acontece quando conhecemos coisas novas e variamos nossa alimentação). Sinto o gosto forte da farinha de trigo e o prazer é zero.

Ai vem a pergunta: “mas então o que você come no café da manhã?”. E eu digo que existe uma infinidade de coisas maravilhosas para esse horário do dia, como: tapioca, crepioca, panquecas sem glúten, pão sem glúten (temos que encontrar um bom e gostoso e, acredite, existem pães deliciosos sem glúten, principalmente os artesanais), frutas mil, granola, grãos, geleias, frutas secas, castanhas, queijos, homus (pasta de grão de bico árabe) suco de fruta natural…. ufa! Viu, não disse que era simples?

Acredito que estamos nos alimentando de forma quase mecânica. Sempre fomos condicionados a comer a “carninha” porque faz bem e não julgo quem a ama e não consegue viver sem aquela picanha sangrando, mas na época em que eu ainda comia carne, tentava mascarar de todas as maneiras seu sabor. Dizia que estava com muito gosto de “bicho morto” e que esse sabor precisava ir embora.

Ora bolas, se eu não quero o sabor do animal, porque raios continuava comendo? Foi ai que percebi que, no meu caso, comia porque fui condicionada a isso. Comia porque achava que não tinha outra opção, assim como não via outra opção para o café da manhã sem pão branco.

Hoje, com 34 anos, posso dizer com toda certeza que meu corpo funciona muito melhor do que há 10 anos. Hoje eu conheço meus limites, sei o que devo e o que não devo comer e isso me gera um bem-estar absurdo.

mari (3)

Ainda me surpreendo quando viajo em turma e sou motivo de piadas pelas comidas que levo e que consumo. Mas dai fico reparando no pessoal reclamando que está inchado, que o intestino não funciona, começando a ficar mau humorado…

E eu? Eu vou pra praia mais cedo, curtir a vida e o dia de sol, porque com meu corpo, minha saúde e minha alma, tudo vai muito bem, obrigada.

2 Comentários

Deixe uma Resposta

15 + dezesseis =