Geleia Sanja Jam completa dois anos

A pandemia. Um casal desempregado. A depressão. E uma quase separação! Olhando para esse difícil cenário, em 2020, parecia pouquíssimo provável que o casal Fernanda e Grazziani Poiani voltaria, um dia, a se declarar vitorioso. Mas o sucesso, depois de muitos desafios, veio!

Recém chegada de São Paulo, em São José dos Campos, com boas expectativas para a vida profissional na cidade, a família estava otimista com a nova fase da vida. Grazziani sempre trabalhou em grandes empresas, na área comercial, e mirava o cargo de gerência na companhia que tinha acabado de contratá-lo. Aí chegou a pandemia e o pai do Vinicius, pela primeira vez na carreira, recebeu uma carta de demissão.

Fernanda, que trabalhava na área estética, com micropigmentação, também viu as oportunidades desaparecerem. Com elas, a felicidade da família também parecia cada vez mais distante. Grazziani enfrentou um quadro de depressão e até pensou em se separar da mulher que também não via caminhos para driblar os obstáculos que a vida impunha.

Sanja Jam está em 50 pontos de venda no Vale do Paraíba e na capital, São Paulo

“Um dia estava em casa e resolvi fazer uma receita de geleia de maracujá com manga que tinha visto na tevê. Aquele dia foi muito especial, porque depois de tanto tempo, consegui ver um sorriso no rosto do meu filho e do meu marido. Eles realmente tinham gostado. E como a receita rendeu muito, acabamos presenteando alguns vizinhos”, conta Fernanda.

No dia seguinte, uma das vizinhas bateu na porta do apartamento do casal para agradecer. Mesmo não gostando de geleias, a moradora do condomínio fez questão de contar que, nunca antes, tinha comigo algo tão delicioso.

“Por que vocês não vendem a geleia?”

A ideia de vender geleia artesanal

Todo o discurso depois dessa frase parecia ser dito em volume baixo demais para ser compreendido. Fernanda, na porta, e Grazziani, sentado no sofá, despertaram juntos para a oportunidade! Ali nascia, em maio de 2020, a Sanja Jam.

“Ficou muito claro que era aquilo que a gente deveria fazer a partir dali. Foi então que comecei a fazer testes, estudar e fazer cursos online. O próximo passo foi fazer as vendas de porta em porta”, conta Fernanda.

Os primeiros clientes eram do próprio bairro. Muita gente tinha medo de atender o casal, por causa da pandemia, mas a maioria das pessoas se sensibilizava com a história e virava cliente. Não demorou para chegarem os pedidos por novos sabores, mas, ainda assim, as vendas semanais não passavam de 15 unidades.

Geleia Sanja Jam começou a ser produzida em maio de 2020

“Teve uma vez que o Grazzi conseguiu vender 30 unidades. Eu fiquei muito animada porque iríamos conseguir pagar algumas contas que estavam atrasadas. Mas quando o Grazzi chegou em casa, em vez de dinheiro, trouxe cinco caixas de potes de vidro. Naquele dia nos desentendemos feio, mas o Grazzi me fez lembrar o quanto ele era um bom vendedor”, diz Fernanda.

“Eu disse a ela: alguma vez na vida, você me viu sair para vender algo e voltar com produtos nas mãos? Quando eu era mais jovem, uma vez, cheguei a vender até uma revista vencida. Eu falei pra ela que se a gente tivesse produto, eu iria vender e a gente só iria lucrar mais se aumentássemos a produção”, afirma Grazziani.

A venda de geleia em feiras

O próximo passo foi vender na feria-livre que acontecia na frente do condomínio. E foi na feira que o casal conheceu uma das pessoas mais importantes para a história da Sanja Jam. Seo Oswaldo cedia espaço da própria banca para que os novos empreendedores vendessem as geleias. Só um ano depois, eles conseguiriam autorização para vender na feira.

“Muitos dos nossos clientes das feiras moram em condomínios, então começamos a receber convites para participar das feiras noturnas, dentro dos residenciais. A vida começou a ficar uma loucura, porque a gente acordava de madrugada para estar às 5h da manhã na feira. Aí, saía na hora do almoço, ia para casa produzir e, à noite, ia vender nos condomínios”, conta Grazziani.

Fernanda, o filho Vinicius e Grazziani: a família Sanja Jam comemora dois anos de sucesso

Fernanda conta que, nesse período, tiveram que fazer alguns investimentos. Para estar dentro dos condomínios, precisavam estar melhores vestidos e também compraram um carrinho para expor os produtos.

“Nessa época a gente ainda estava sem carro e foi quando conhecemos outra pessoa fundamental para o nosso crescimento. O Fábio, um Uber que passou a nos levar e buscar nas feiras. Ele desmontava o carro quase inteiro para colocar nosso carrinho dentro e ainda passou a não cobrar as corridas para nos ajudar”, lembra Grazziani.

Da vontade de desistir ao sucesso das geleias nos pontos de venda

Os desafios ainda eram grandes. Falta de dinheiro para pagar a entrada na feria, para o transporte, prejuízo com produtos não vendidos. Por isso, Grazziani não conseguia abandonar a ideia de que um “plano B” era necessário e começou a voltar para São Paulo para fazer alguns trabalhos.

“Um dia, eu estava numa feira de condomínio com meu filho, veio uma chuva muito forte e acabou levando nosso carrinho. Nesse dia, eu liguei para o Grazzi e falei: vou desistir, não dá mais. E foi aí que a chave dele virou de fato”, conta Fernanda.

“Naquela hora, eu prometi pra ela que eu ia deixar o ‘plano B’ de lado e nós iríamos juntos realizar o sonho de vender geleias e viver disso. Comecei a focar mais nos pontos de vendas e começamos a crescer. Eu saia e todos os dias voltava com dois, três novos parceiros. Era engraçado porque a Fernanda sempre me perguntava: e a padaria MD? Era o sonho dela ter esse parceiro. E eu dizia a ela que na hora certa, quando estivéssemos preparados, a coisa iria acontecer de forma natural, “, afirma Grazziani.

Uma das geleias de mais sucesso do catálogo: morango com limão siciliano

O sinal de que a batalha começava a ser vencida veio em um domingo de degustação, em um dos pontos de venda. Fernanda estava cansada da semana exaustiva, com dor na coluna e já decidida a desistir das vendas que estavam paradas quando um cliente chegou.

“Ele me perguntou se era geleia que a gente estava vendendo. Eu disse que sim e ele me falou que seria ótimo ter o produto no estabelecimento dele. Eu perguntei qual era e ele me respondeu que era dono da Padaria MD. Na hora eu dei um grito, nem ele, nem ninguém entendeu nada. Mas senti, naquele momento, que o sonho começava a se realizar”, conta Fernanda.

A cozinha do apartamento já não dava mais conta da produção e foi então que o casal decidiu alugar uma cozinha industrial. A sala de casa já não tinha mais espaço, estava cada vez mais cheia de caixas de frutas e de potes de vidro. O que era pra ser uma alternativa temporária e caseira, começou a se tornar o nosso projeto de vida da família.

“Nós estávamos nos descobrindo. A sensação de vender uma caixa era maravilhosa, quando vendemos cinco, ficamos em êxtase. Agora, a gente produz cerca de 800 potes por mês. A Sanja Jam está em 50 lojas, em várias cidades da região, como São José dos Campos, Campos do Jordão, Arujá e até São Paulo. E nossa meta até o fim do ano é dobrar, chegar a 100 pontos de venda”, afirma Grazziani.

E os sonhos não param por ai. Fernanda ainda quer levar as geleias para dentro de escolas púbicas para despertar nas crianças o gosto pelas frutas e a importância da alimentação saudável. “Nós vencemos, mas o sonho está só começando!”

Mais sobre a Sanja Jam no Intagram: instagram.com/sanja.jam

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