Torta de Coração de Bananeira. Foto: Divulgação

Quando as festas de fim de ano se aproximam, é comum a gente tirar da gaveta aquela receita de família para reproduzi-la. Foi o que fez a ambientalista Beatriz Carvalho no último Natal. O que ela não imaginava é que a torta recheada com coração de bananeira faria tanto sucesso.

“Minha mãe sempre preparava a receita com recheio de palmito ou de frango. Aí resolvi fazer diferente. As pessoas comiam o primeiro pedaço por curiosidade. Depois, repetiam porque se surpreendiam e gostavam. E assim, a torta foi o primeiro prato a acabar naquela ceia”, conta Beatriz, que é idealizadora do projeto “Mato no Prato”, criado há cinco anos.

A iniciativa nasceu com o propósito de chamar a atenção das pessoas para as PANCs (plantas alimentícias não convencionais) que nascem espontaneamente nos jardins e canteiros, muitas vezes são tratadas como mato ou pragas, mas podem ser consumidas e possuem valores nutricionais até superiores aos de outros vegetais comuns, que estamos acostumados a comer.

“Há uma estimativa de que existem mais de 30 mil espécies de plantas comestíveis disponíveis e nós consumimos, em média, ao longo de toda a vida, apenas 20 variedades. E não há nenhuma outra explicação pra isso, a não ser o nosso hábito alimentar restrito”, afirma Beatriz.

A ambientalista, que com o suporte das redes sociais tem ajudado as pessoas a incorporarem as PANCs às refeições do dia a dia, conta que antes de criar o “Mato no Prato” não tinha o hábito de cozinhar e foram as plantas que a levaram para o fogão.

“Muita gente ainda tem medo de fugir de uma salada padrão, por exemplo, e de consumir as PANCs. Então comecei a ir pra cozinha para testar receitas e, depois, ensinar as pessoas. E não sou vegetariana, vegana. Como de tudo, mas minha família e eu nos alimentamos muito melhor depois que comecei a trabalhar com as PANCs. Inclusive, reduzimos o consumo de carne”, conta.

As PANCs que Beatriz consome hoje vêm do quintal da casa onde mora, do sítio da família (onde cultiva espécies que precisam de mais espaço) e também de produtores orgânicos, alguns que ela encontra nas feiras que frequenta.

Receita. Além da diversidade, as PANCs também são muito versáteis. No caso do coração de bananeira (ou flor, como alguns chamam), ainda tem a vantagem de ter boa conservação e ser fácil de transportar.

“Resolvi fazer essa receita de torta pra mostrar que também existem coisas que a gente já consome, como é o caso da banana, mas não aproveitamos a planta de forma integral. E dá pra consumir a flor de várias formas. Nesse caso, faço uma caponata que serve de recheio”, conta Beatriz.

Então, que tal investir nessa ideia para fugir dos pratos tradicionais nas ceias desse ano? Veja a receita aqui nesse link!

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